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quinta-feira, 5 de março de 2015

UM VAMPIRO NO BRASIL? RETORNO DE NICOLAY VUIA

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1
Império é um desses lugares pacatos do interior do Brasil Central. É um vilarejo tão desconhecido que nem aparece nos mapas geográficos do país. E sua população, a maioria de origem romena, se orgulha disso. Eles apenas dividem, atualmente, espaços com as tribos indígenas próximas ao vilarejo.  Esse povo não quer que ocorra a invasão de forasteiros e com isso, tirem o sossego deles. Não fazem questão de que pessoas estranhas influenciem em sua cultura. Portanto, ainda vivem seguindo os costumes  e a tradição Romena.
Esse povo chegou ao Brasil por volta de 1888, período em que o país havia abolido a escravidão. Isto aconteceu após muitas pressões da Inglaterra exigindo o fim do tráfico negreiro. Então, naquela mesma data desembarcou uma pequena leva de imigrantes no porto de Santos. Praticamente não foram percebidos, nem tão pouco, registrados.
 Esse povo veio liderado pelo Conde Nicolay Vuia. Um homem muito rico, mas que era perseguido em seu país por alguns inimigos religiosos. Era acusado de praticar bruxaria, através de  rituais que envolviam sangue humano, mas isso, jamais fora comprovado. Então, para viver mais tranquilo, resolveu vir para a América trazendo algumas famílias pobres que confiaram nele e em sua  promessa de trabalho, riqueza e dignidade.
No período em que ele viveu no país, houve muita morte e ao mesmo tempo, o desaparecimento de vários índios. Ninguém sabia qual era o motivo daquela tragédia. Alguns corpos, quando eram encontrados nas matas, estavam com cortes nos pulsos e marcados na testa com ferro quente no formato circular.
Com isso, logo ocorreu um boato pelas aldeias de que o povo que chegara ao local havia trazido uma praga para a região.
Devido a esses acontecimentos, as famílias romenas daquela época ficaram assustadas, principalmente sobre a possibilidade de ocorrer um ataque indígena contra eles. Resolveram então, invadir o casarão principal de Império a fim de matar Nicolay. Todos desconfiavam de que ele fosse o culpado daquelas mortes indígenas. Ainda mais, depois que souberam dos boatos de sua maldade na Romênia. 
Então, reuniram os homens mais fortes e com a ajuda de alguns índios amigos, amarraram o conde na cama.  Depois de várias rezas de exorcismo, enfiaram-no várias estacas de madeiras e lanças por todo o corpo. Perceberam com este ato que, nenhum sangue escorria pelos furos do corpo do homem e muito menos ele gemia. Parecia que estava esperando por essa atitude do povo. Apenas olhava com desdém para todos enquanto morria.
Nicolay vivia com uma mulher muda a qual todos somente sabiam que se chamava Nádia. Ela quase não aparecia fora do casarão. Às vezes, quando era vista, estava na companhia de Constantin, um fiel ajudante da família. O rapaz era considerado uma aberração pelos habitantes daquele lugar. Ele tinha o rosto todo deformado por queimaduras. Dizem que quando era pequeno, vivia pedindo esmolas pelas ruas de Bucareste e Nádia havia então, o adotado.
Pela manhã, após a morte de Nicolay, Constantin estava transfigurado de tanta raiva. Ele apareceu nas aldeias e começou a jogar praga a todos, dizendo que o conde voltaria num período de 200 anos. Portanto, mataria a todos os descendentes das famílias que morassem num raio de 50 quilômetros de seu casarão. Naquela época, as pessoas não se preocuparam com as palavras de Constantin. Ficaram, portanto, muito aliviadas pela morte do conde.
Assim, a população do lugarejo chamado Império, como também, das aldeias vizinhas, contam para todas as gerações a história do Conde Nicolay Vuia.

 

2
Ivan Dumitresco é o filho único de Mihaela e Vasile. Para evitar a solidão de criança única da casa, o menino vive sempre em companhia de Ioan Popesco, conhecido por todos pelo apelido carinhoso de Pop.
Todas as tardes, os dois amigos vão pescar próximo  à aldeia da índia Jaciara. Ela é uma das poucas crianças de sua tribo que gosta do contato com a meninada de Império.
Jaciara já percebeu que as crianças do vilarejo não são assim tão más, como pregam alguns dos anciãos de sua aldeia.
Durante as pescarias, a menina sempre ajudava e ensinava aos garotos uma melhor forma de pescar os peixes de água doce. Eles em troca ofereciam a ela chocolates, quebra-cabeças e muitos colares de miçangas nas mais variadas formas e cores. Com isso, menina ficava sempre mais bela.
A índia tinha o rosto de uma adolescente séria. Com boca pequena e olhos amendoados que ganhava mais luminosidade com aqueles adornos em volta de seu pescoço. Muitas vezes, Jaciara e Pop discutiam, porque ele sempre dizia que ela ficava parecendo uma arara quando coloca todos os colares juntos. E quando essa discussão acontecia, Ivan ficava rindo de um modo debochado, daquela situação.
Ivan Dumitresco é um garoto de 13 anos, comportado e estudioso. Na maioria das vezes, está lendo livros sobre arqueologia que o seu pai traz das viagens à capital do Brasil. Ele sempre comenta que quando fizer 18 anos irá embora de Império a fim de se especializar em arqueologia. Depois, irá montar uma expedição em busca da cidade perdida de EL Dourado, a qual diz que fica na floresta amazônica. Pop sempre começa a zombar  de seu amigo, quando escuta essa história sobre a lenda da cidade perdida. Ele diz que o lugar não existe. Que é apenas uma conversa para boi dormir.  No entanto,  Jaciara é que não pode ouvir o comentário de Pop, que fica brava. A garota diz que nessa cidade sagrada o deus Tupã  desce na terra e dá poderes a todos os que estão presentes. Ela comenta que seus ancestrais já visitaram o lugar. Todavia, não passaram a localização da cidade de El Dourado a ninguém, somente aos escolhidos. Contudo, ninguém sabe quem são os homens tocados por Tupã, pois podem ser perseguidos e mortos pelos seres da escuridão.
Ioan Popesco é um garoto de cabelos encaracolados que lembra um anjo. Mas isso é somente na aparência, pois ele não passa de uma criança muito agitada que gosta de ficar pregando peças nos amigos. Pop é o filho mais novo de uma família de 5 filhos. Então,  muitas  vezes ele se comporta como uma criança mimada e sem limites, devido a forma como os pais o educam. Ele não sabe obedecer às limitações que cada situação possui. E foi numa dessas brincadeiras de Pop, que ele pronunciou a lenda de Nicolay Vuia. O menino disse que viu o fantasma do conde vagando ao redor da praça da cidade. E depois do comentário, resolveu desafiar o seu amigo Ivan, dizendo:
- Já que você que tanto trabalha descobrindo essas velharia que não serve para nada, por que não começa logo a treina suas habilidade.
Ivan, meio que sem entender, argumentou:
- Pop! Primeiro quero que saiba que não é velharia. Elas são peças valiosíssimas. Muitas são confeccionadas em ouro maciço e cravejadas com pedras preciosas e raras.
- Você está falano difícil hoje, amigo! “Cravejados!” - resmungou Pop, em tom irônico.
Jaciara somente ficava olhando para as caras dos meninos tentando entender toda àquela conversa.
Ivan, após pensar  um pouco, retrucou:
- Se começasse a ler mais, falaria com mais erudição. Evitaria que os nossos ouvidos fossem agredidos por essas palavras erradas, como: "menas", "pobrema" e "mais grande”. Pararia também, de comer o “r” e “s” no final das palavras.
- Eu não falo assim.
- Às vezes, fala sim! - intrometeu, Jaciara.
- Eu começa a lê, tá maluco, Ivan? Não leio nem  revistinha em quadrinho. Jamais vou fica me preocupano com estudo. Ficarei aqui mesmo, em Império. Tenho que trabalha no açougue com o meu pai. Meu negócio é corta a carne e vê a morte do boi.
- Somente me explica Pop, o que você quis dizer com treinar. - quis saber Ivan.
Ioan,  com um olhar malicioso e acompanhado de um sorriso de canto de boca, respondeu:
- Que tal começa pelo casarão do...
- Do conde amaldiçoado? - interrompeu a menina meio que assustada.
- É isso mesmo, gente! Ele deve ter escondido lá no casarão, peças muito valiosa, que  trouxe de nossa amada Romênia.
            - Não dê ouvidos a ele, Ivan! - gritou a menina.
           - Vocês estão com medo dessa lenda idiota sobre o Conde Nicolay Vuia? - questionou Pop, com sarcasmo.
- Estou! - respondeu rapidamente Jaciara.
Ivan, meio sem jeito, completou:
- Também tenho um pouco de receio. Dizem que ele era uma pessoa muito ruim. Dizem que nem de Constantin ele teve pena.
- Como assim? - quis saber a garota.
- Não sabia não, Jaciara? Meu pai me contou que quando Constantin era ainda bem jovem, o conde queimou o rosto dele com óleo quente. E sabe qual foi o motivo para que ele fizesse isso?  Somente porque o menino olhou para uma garota bonita e sorriu. Nicolay não queria que ele se apaixonasse e fosse embora de sua casa. Então, ele queimando o rosto de Constantin, nenhuma garota iria mais olhar para ele. - explicou Ivan.
- Nossa! Será por que Nicolay não queria que ele fosse cuida da própria vida? - falou Pop tentando entender os motivos do passado.
            - Meu pai disse que Constantin sabia de todos os segredos do Conde.  Ele, portanto, era uma ameaça se ficasse longe dos olhos desse homem tão mal. - completou Ivan.
Pop, com jeito de curioso e desconfiado, retrucou:
- Não acredito muito nessa história, Ivan!
- Pode acreditar Pop. Dizem que o conde machucava a  todos que se aproximassem de sua casa. Até a Nádia, que era sua mulher, ele cortou a língua dela.
- Será por que ele não sugou o sangue dela quando viu a língua sangrando? Como ele resistiu ao cheiro de sangue fresco? - questionou Jaciara.
            - Você acredita nessas coisa, menina? Ninguém conseguiu comprova que ele era um sugado de sangue.
- Sobre isso você  tem razão, Pop! Lá na Romênia, somente o acusavam de bruxaria.
- Se ele não era vampiro, Pop, então por que ele queria o sangue das pessoas?
- Você não sabe essa resposta, Jaciara?
A menina fez sinal negativo com a cabeça.
            - Era para faze chouriço. - disse o menino debochado e dando gargalhadas.
            A índia com muita raiva dessa situação causada pelo menino, logo completou:
- Somente se for para vender no açougue de seu pai. Todo mundo diz que o chouriço de lá é horrível. E veja se aprende a conversar, ou você levou os seus “r” e “s” para vender no açougue, também?
- Nossa, menina! Hoje você está igual à minha mãe de TPM.
            - Ela deve ficar assim porque tem que te aguentar.
Aquele final de conversa acabou deixando Pop sem argumentos. Restou-lhe apenas ouvir as gargalhadas dos dois amigos.


3
Ivan não conseguia tirar aquela conversa que teve com os amigos da mente. Então, logo cedo foi até à sua pequena biblioteca a fim de pegar alguns livros antigos de sua família. Estes contavam as tradições e cultura do povo romeno. Ele queria descobrir se havia  sumido alguma peça valiosa de seus ancestrais lá na Romênia. Queria ver como era também esse país durante o século XIX. Encontrou então, um livro de história de seus antepassados que relatava a vida romena antiga. Entretanto, não encontrou nada interessante naquelas páginas. Ele somente leu que nessa fase da história, a Romênia vivia dominada por outros povos, como por exemplo, os russos. Então, ele supôs que essas invasões tinham ajudado o conde a vir para o Brasil.....

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