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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Retono de Nicolay Vuia. Leia:

Trecho da obra:  Retorno de Nicolay Vuia
 Essa obra você encontra no
 www.amendoasverde.com.br


1
Império é um desses lugares pacatos do interior do Brasil Central. É um vilarejo tão desconhecido que nem aparece nos mapas geográficos do país. E sua população, a maioria de origem romena, se orgulha disso. Eles apenas dividem, atualmente, espaços com as tribos indígenas próximas ao vilarejo.  Esse povo não quer que ocorra a invasão de forasteiros e com isso, tirem o sossego deles. Não fazem questão de que pessoas estranhas influenciem em sua cultura. Portanto, ainda vivem seguindo os costumes  e a tradição Romena.
Esse povo chegou ao Brasil por volta de 1888, período em que o país havia abolido a escravidão. Isto aconteceu após muitas pressões da Inglaterra exigindo o fim do tráfico negreiro. Então, naquela mesma data desembarcou uma pequena leva de imigrantes no porto de Santos. Praticamente não foram percebidos, nem tão pouco, registrados.
 Esse povo veio liderado pelo Conde Nicolay Vuia. Um homem muito rico, mas que era perseguido em seu país por alguns inimigos religiosos. Era acusado de praticar bruxaria, através de  rituais que envolviam sangue humano, mas isso, jamais fora comprovado. Então, para viver mais tranquilo, resolveu vir para a América trazendo algumas famílias pobres que confiaram nele e em sua  promessa de trabalho, riqueza e dignidade.
No período em que ele viveu no país, houve muita morte e ao mesmo tempo, o desaparecimento de vários índios. Ninguém sabia qual era o motivo daquela tragédia. Alguns corpos, quando eram encontrados nas matas, estavam com cortes nos pulsos e marcados na testa com ferro quente no formato circular.
Com isso, logo ocorreu um boato pelas aldeias de que o povo que chegara ao local havia trazido uma praga para a região.
Devido a esses acontecimentos, as famílias romenas daquela época ficaram assustadas, principalmente sobre a possibilidade de ocorrer um ataque indígena contra eles. Resolveram então, invadir o casarão principal de Império a fim de matar Nicolay. Todos desconfiavam de que ele fosse o culpado daquelas mortes indígenas. Ainda mais, depois que souberam dos boatos de sua maldade na Romênia. 
Então, reuniram os homens mais fortes e com a ajuda de alguns índios amigos, amarraram o conde na cama.  Depois de várias rezas de exorcismo, enfiaram-no várias estacas de madeiras e lanças por todo o corpo. Perceberam com este ato que, nenhum sangue escorria pelos furos do corpo do homem e muito menos ele gemia. Parecia que estava esperando por essa atitude do povo. Apenas olhava com desdém para todos enquanto morria.
Nicolay vivia com uma mulher muda a qual todos somente sabiam que se chamava Nádia. Ela quase não aparecia fora do casarão. Às vezes, quando era vista, estava na companhia de Constantin, um fiel ajudante da família. O rapaz era considerado uma aberração pelos habitantes daquele lugar. Ele tinha o rosto todo deformado por queimaduras. Dizem que quando era pequeno, vivia pedindo esmolas pelas ruas de Bucareste e Nádia havia então, o adotado.
Pela manhã, após a morte de Nicolay, Constantin estava transfigurado de tanta raiva. Ele apareceu nas aldeias e começou a jogar praga a todos, dizendo que o conde voltaria num período de 200 anos. Portanto, mataria a todos os descendentes das famílias que morassem num raio de 50 quilômetros de seu casarão. Naquela época, as pessoas não se preocuparam com as palavras de Constantin. Ficaram, portanto, muito aliviadas pela morte do conde.
Assim, a população do lugarejo chamado Império, como também, das aldeias vizinhas, contam para todas as gerações a história do Conde Nicolay Vuia.

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