1
O caminho da volta
Enquanto Sofie e Nina descansavam
sobre a sombra de um arvoredo, Fhilos estava com o Livro Amarelo nas mãos,
lendo e pensando em tudo que havia acontecido em sua jornada, até aquele
presente momento. Quando terminou de ler a última página, lembrou-se das
palavras de Zemm Filosofia sobre as invasões dos Sardes Bárbaros aos quatro
reinos. Pensava o tempo todo em seus pais: Tomisa e Héctor. O que estariam
fazendo ou sentindo? Percebeu um arrepio pelo corpo quando um pensamento
negativo passou pela sua mente, em relação a eles. Então, comentou assustado:
- Nina, Sofie! Precisamos retornar o
mais rápido possível para o Quarto Mundo. Temos que resgatar Thor e nos
prepararmos para combater os Sardes.
- Ótimo Fhilos! Mas, como? Já teve uma
ideia sobre isso, ou vai esperar que o deus Illium voltasse ao nosso mundo para
nos ajudar? -ironizou a guerreira Nina.
-
Calma, Nina! Vamos encontrar uma solução. Confie um pouco no poder das Energias
do Universo. Nada acontece por acaso.
- Bonitas palavras, Sofie! Mas acredito
que a magia não irá nos ajudar agora. Precisamos de um grande exército, pois somente
assim, expulsaremos os bárbaros. Se meu irmão Thor estivesse aqui, ele
certamente saberia o que fazer.
- Meninas! Já tenho uma ideia. Lá no
porão da biblioteca de Ágalos havia vários livros, os quais falavam de muitos
outros reinos. Tinha um que contava a História sobre o Reino da Espada.
Portanto, se eu tenho que combater os bárbaros, primeiro preciso de uma arma.
Concordam? Mas não de uma espada simples e comum, logo preciso sim, é da Espada
da Luz. Pelo que me lembro, ela é guardada pelo Rei Taurus e a Rainha Lyra.
- Conte-nos, Fhilos, o que diz essa tal História!
- Sofie, o Reino da Espada é comandado por
cinco reis e três rainhas. São os reis: Lépuz, Delphinus, Áries e Sculptor. O
rei Taurus e a rainha Lyra vivem juntos. - Nina e Sofie faziam caretas ao
ouvirem aqueles nomes e o menino continuava. – E, por fim, as rainhas Aquila e
Luna.
- Nossa! Com tantos nomes estranhos
assim, dá para confundir a mente.
- Não se preocupe,
Nina! Somos de Ágalos, lembra? Conseguimos dominar nosso intelecto.
- Nós, não! Você e
parte do Fhilos, Sofie. Esqueceu que ele é um priamense criado em Ágalos?
- Vamos, meninas! Precisamos ir para o Reino
da Espada. Temos que sair de dentro da Gruta do Vapor, pois para irmos para os
reinos desses monarcas, temos que ir perto das montanhas. Lá fica essa
passagem. O local é onde o vento faz a curva e beija a luz.
Quando
saíram da gruta, os três se maravilharam ao ver novamente a luz do sol de seu
mundo. Tudo estava exatamente como tinham visto pela última vez. Não havia sinal
dos bárbaros por perto, pois o que eles mais queriam, era o domínio dos quatro
reinos.
- Agora, temos que ficar observando o
percurso das brisas e notar onde elas farão a curva no vale. Elas precisam
contornar as montanhas. Então, isso já é um bom começo.
- Não sei como fazer isso, Fhilos!
Afinal, não podemos ver o ar em movimento.
- Tenha fé, Nina! Olha quanta coisa nos
aconteceu nesses últimos dias. - falava Sofie, em um tom cheio de esperança.
Passaram
boa parte do dia observando o tempo e nem uma brisa ousava refrescar ou
movimentar a poeira.
Ao
cair da tarde, o céu começou a escurecer, formando nuvens escuras e carregadas
de energia. Raios e trovões rompiam o silêncio da tarde. De repente, um forte
vento começou a soprar, levantando uma grande nuvem de poeira. Nina, Fhilos e
Sofie correram para trás de uma pedra, a fim de se abrigarem. Mal conseguiam
respirar, pois por todos os lados, partículas de poeira eram lançadas de forma
violenta. Fhilos, então gritou:
-
Garotas! Precisamos ficar com os olhos bem abertos...
- Olhe Fhilos, à
sua esquerda! O vento está fazendo a
curva. Nunca imaginei que esta poeira toda, iria nos ajudar a identificar o ar
em movimento.
- É... Sofie! Agora,
somente precisamos esperar que esta tempestade termine, para podermos olhar se
há por ali, alguma passagem para o reino que estamos procurando.
- Espero que esta tempestade termine bem
rápido, pois não quero passar a noite aqui, principalmente, em companhia das
Sombras do Mal.
Assim
que o temporal cessou, os três correram para o local onde viram o vento fazendo
a curva, a fim de encontrar alguma passagem. Mas, não estavam conseguindo achar
nada que se identificasse com uma porta ou uma entrada... Eles somente viam
paredões de rochas, por todos os lados.
- Tem certeza que foi neste local que o
vento fez a curva, Fhilos?
- Tenho, Nina! Você também viu o movimento da
poeira fazendo a curva, junto com o ar. - Falou Fhilos, irritado.
- Ah...!
- O que foi? Quem disse “ah”? Onde está a Sofie? - Nina olhava para o
menino, sem saber o que responder. – Ela estava bem aqui, nesse momento! - completou
o menino.
A guerreira caminhou até o lugar onde a
feiticeira estava de pé, e de repente, um buraco se abriu e fechou rapidamente.
Fhilos ficou imóvel ao ver a amiga sendo engolida, com tamanha rapidez, pela
terra. Então, percebeu que haviam encontrado a passagem para o Reino da Espada.
Correu e saltou ferozmente por cima do local onde as meninas haviam sumido. Rapidamente,
também foi sugado por uma enorme cratera, para o interior escuro e poeirento da
terra.
2
O Monarca Lépuz
O local onde Fhilos
aterrissou, estava tão claro que mal conseguia abrir os olhos.
- Nossa! Que bom! Eu caí em cima de uma
coisa quente e macia.
- Você está de brincadeira comigo? Preste atenção e saia de cima da minha perna,
garoto!
- Ah! Desculpe, Nina! A claridade,
junto com aquela poeira toda, acabou ofuscando minha visão. Onde está Sofie?
Nina olhou em direção ao lado direito de
onde estava sentada, e através de um movimento com os olhos, mostrou o local
que se encontrava a menina. Sofie estava banhando os olhos em uma fonte que
jorrava águas coloridas e cristalinas, por entre pedras brancas.
- Oi, Sofie! Não te
vi! Está tudo bem com você?
- Sim! Somente os meus olhos é que estão
doendo por causa da poeira. Pode ficar tranquilo que estou bem, amigo! - Fhilos
não entendeu o porquê, mas aquela palavra, ”amigo”, ele não gostou de escutar
dos lábios da menina. – Vocês dois já observaram que lugar engraçado é este? -
completou Sofie.
- Devemos estar nas
terras do Rei Lépuz. O livro conta que ele tem um espírito infantil... Sem maldade.
- Então, isso
explica esses objetos infantis, de variados tamanhos e formas, que estão
espalhados por todos os lados. Eles explicam esse “espírito de criança” do Rei
Lépuz. - argumentou, Nina.
- Gente! Imaginem
as crianças de Ágalos nesse lugar. Elas iriam brincar por aqui sem se cansar.
- Bela observação,
Sofie. Mas, é melhor darmos um jeito em seguir viagem à procura do Lépuz, pois
ele é o único que irá nos mostrar como se chega às terras do Rei Taurus e da
Rainha Lyra.
- Se o Jacar não
tivesse ficado em nosso mundo, agora ele poderia ser o nosso meio de
transporte, pois parece que vamos ter que caminhar muito.
- Verdade, Nina.
Olhem ao redor. Não
vejo nenhum palácio, casa ou qualquer outra coisa o qual se lembra um lar.
Concordam? – completou, a garota guerreira.
O reino de Lépuz é
um lugar mutável. É como se fosse um cenário de uma peça de teatro. À medida
que eles vão caminhando à procura do lar do rei, o panorama vai mudando de cor,
forma e tamanho. A paisagem que aparece
à frente deles, não tem uma sequência lógica. Portanto, é como se fosse um
lugar de sonhos e fantasias.
Assim que saíram do local onde havia vários
objetos lembrando brinquedos de crianças, entraram em um trecho cheio de
desenhos pintados no chão. Eram formas que lembravam o sol, a lua, nuvens e
estrelas de várias cores. No chão, também estava desenhado, com muita
perfeição, as figuras de seres alados que pareciam estar brincando de pega-pega.
- Quem será que
pintou essas imagens? Será que o rei que procuramos, também tem um espírito de
artista? -quis saber, Nina.
- Se for, quando
encontrá-lo, irei parabenizá-lo pelo talento, pois essas artes são um trabalho
de mestre.
- Concordo, Sofie!
Mas será que iremos o encontrar? Não sabemos se estamos indo pelo rumo certo.
Na verdade, nem sabemos para onde estamos indo.
- Fhilos! Vamos
continuar andando. Talvez, tenha alguma pista que confirme se este é realmente
o caminho para a casa do rei. - argumentou a menina feiticeira, cheia de
confiança.
Nina parou e pediu silêncio, pois estava
tentando ouvir alguma coisa. Ela correu, subiu em cima de uma pedra, a fim de
poder ver e escutar melhor. Nela, poderia distinguir que som era aquele, e ao
mesmo tempo, saber de onde ele estava vindo.
-
Sofie e Fhilos! Venham comigo bem rápido.
Nina desceu da
pedra correndo, em direção a uma colina, acompanhada pelos dois amigos. No alto
daquele morro, eles avistaram panos coloridos pendurados, os quais pareciam
cortinas. Por trás delas, havia uma espécie de palco. Quando a garota
feiticeira abriu uma das cortinas, viu vários instrumentos musicais. Uns estavam encostados próximos a um velho
baú, outros deixados em cima de uma longa tábua, a qual parecia servir de mesa.
- O que é isso, Nina? Esses objetos são muito
estranhos. Perguntou a menina, desconfiada.
-
Não toque em nada, Sofie! Pode ser algum objeto amaldiçoado.
- Pode
ficar tranquilo, garoto! Isso são somente instrumentos musicais. Eles são
usados para fazer uma festa. Os Sardes, sempre à noite, se reuniam em volta da
fogueira e começavam a tocar alguns tipos esses. Em todas as luas brilhantes,
eles comemoravam tocando, cantando e dançando. - explicou a guerreira.
Naquele
instante, Nina pegou um instrumento que possui um formato oval e que tem um
buraco no meio. Então, começou a fazer um som. Ela batia com uma mão de um lado
do instrumento e com a outra, ela tampava e abria o buraco. Logo fazia esses
movimentos de forma sincronizada. A princípio, Sofie e Fhilos ficaram meio
assustados, mas, à medida que a guerreira vai dominando as batidas no objeto, o
som vai saindo de forma mais agradável. Nisso, eles começaram a fazer um
movimento com os corpos, tentando acompanhar o ritmo do som.
Nina começou a rir ao ver os amigos dançando
de forma tão desengonçada. De repente, ela parou de tocar e começou a aplaudi-los.
Eles, sem muito entender, também começaram a bater palmas. No final, todos se
abraçaram rindo daquela situação.
-
Nossa, Nina! Esse objeto deve ser mágico. Veja como estamos alegres logo após
ouvirmos esse som.
-
Sofie, ele não é mágico, não. Essa é a força que a música tem. Ela nos faz
sentir prazer. A energia do som das notas musicais nos leva para um estado de
sentimentos bons. A música toca e liberta nossa força interior. Ficamos assim,
como se fôssemos diferentes de tudo e de todos. Enfim, transmitindo alegria e
satisfação.
- Toque
outro, Nina. Queremos ouvir mais. Este instrumento aqui parece legal...
- Não sei tocar esse, menina. Mas tem alguém
aqui neste reino que sabe. O som que eu agora a pouco ouvi, veio desse
instrumento. Olhe, ele ainda está úmido na paleta.
- Paleta?
- É, Fhilos.
Nina deu o instrumento na mão do menino e ele
observava aquele objeto tão diferente e cheio de voltas. Comparou-o com um
chifre de algum animal. Então, a guerreira continuou com a explicação:
- É onde nós colocamos a boca e
sopramos para sair à melodia.
Ela
pegou o instrumento e volta e tentou retirar algum som, mas o que se ouviu foi
um apito irritante. Os meninos começam a rir das grandes bochechas que Nina fez
para soprar na paleta.
Enquanto o menino e a guerreira ficavam
tentando desvendar os segredos dos instrumentos, Sofie começava a vasculhar por
trás daquelas cortinas. Foi aí, que ela encontrou uma porta com um desenho de
um rosto rindo e outro chorando. Então, ao perceber que a porta somente estava encostada,
resolveu abri-la a fim de dar uma olhada para ver o que aquela porta escondia.
Nina e Fhilos perceberam que Sofie não
estava por perto. Por isso, resolveram procurá-la. Viram uma porta aberta e
quando entraram, observaram curiosos, o que estava bem à frente deles.
- Sofie, você está bem?
- Sim, Fhilos! Mas alguém sabe o que é isso?
- São roupas usadas em representações.
- Como assim, Nina?
- Estas roupas todas enfeitadas de pedras
coloridas, são usadas para representar uma história. A minha mãe nos contava
que, os priamenses antigos usavam para narrar e retratar ao povo, as lutas e
batalhas que eles travavam com os inimigos. Assim, as pessoas ao verem as
cenas, passavam a valorizar e a gloriar os guerreiros.
- O que é este
objeto? Parece que cortaram e secaram ao sol o rosto de alguém.
- Sofie, isso é uma
máscara. - naquele instante, a guerreira pegou a máscara das mãos da menina e
coloca-a sobre o rosto. – Elas são usadas para completar as fantasias durante
as apresentações. Está vendo aquela ali, que se parece com um ser muito feio e
irritado, é uma máscara usada para representar uma cena que tem uma fera, ou
alguma coisa do mal. Assim, as pessoas quando olham para as máscaras, passam a
ter uma sensação bem real do que se quer representar.
- O que há com você, Fhilos? – perguntou,
Nina.
- Vocês não ouviram? Parece que estamos sendo
observados. Tem alguém por trás daquelas roupas ali, que estão penduradas.
Quando se aproximaram das araras e abriram
espaço por entre as roupas, eles viram uma passagem através, de um túnel. Ele
era todo iluminado pela luz do dia. A claridade entrava por inúmeras pequenas
janelas enfileiradas. À medida que caminhavam através dele, ouviam uma suave
melodia. De repente, aquela canção começou a ser acompanhada, por uma voz
grossa e afinada.
- Quem será que está cantando? – sussurrou,
Fhilos.
- Não sei! – disse, Sofie.
- Psiu... Façam silêncio! – pediu, Nina.
Ao saírem do túnel, entraram em uma pequena
sala circular, formada por tijolos pequenos e amarelos, a qual não se via o
teto e nem o chão. O que eles viram, foram inúmeras escadas de madeira cruzando
em todas as direções. Mas, não dava para ver se levavam a alguma porta. Umas
escadas subiam, outras desciam e algumas terminavam próximas às paredes.
- E agora, para onde vamos? – perguntou,
Fhilos.
- Vamos seguir pela escada que nos leva à
música. Vamos acompanhar o som das notas musicais. – sugeriu, Nina.
Então, começaram a
descer. À medida que davam passos para baixo, mais escuro ficava. De repente, a
música parou e uma voz disse:
- Entrem!
Nesse instante, a
parede que estava ao lado deles, se moveu abrindo uma pequena passagem. Quando
penetraram por ela, viram um ser de estatura baixa e com uma expressão infantil.
Ele estava sentado ao lado de um animal pequeno e muito peludo. A sala, onde o
homem se encontrava, tinha as paredes pintadas por formas geométricas
inacabadas, nas cores: ocre-amarelo e marrom. Uma mesa comprida, próxima à
parede, estava cheia de potes com tintas de várias cores. Logo acima, uma
pequena prateleira sustentava uma infinidade de pincéis de inúmeras formas e
tamanhos. Encostado à mesa, o cavalete exibia um esboço de um rosto
desconhecido por eles.
- Fiquem à vontade!
O Peloso não vai fazer mal a vocês.
O animal, naquele
instante, caminhou pela sala com um pouco de dificuldade. Depois voltou,
deitando-se sobre os pés o homem. Aquele animal era muito pequeno. Parecia que
tinha o tamanho de um palmo da mão de uma pessoa adulta. Andava com
dificuldade, pois uma das patas era um pouco atrofiada. Tinha um focinho
comprido, que dividia o espaço do rosto com uma boca grande. Seus olhos
pequenos ficavam escondidos no meio da pelagem cor de terra queimada. A orelha
era tão grande que caía pelo corpo, até se encostar ao chão. O tempo todo
abanava uma pequena calda fina e sem pelos.
O pequeno homem
levantou-se e começou a andar de um lado para o outro. Parou, olhou nos olhos
de todos e disse:
- Quem são vocês?
Por que vieram ao meu lar? O que querem de mim? Ninguém nunca me procura.
- Por que ninguém
te procura? - quis saber, Sofie.
- Menina, dizem que
sou louco. – ele falava dando muitas gargalhadas. - Ninguém me entende... Sou
muito louco! Louco...
- Será que eles te
acham louco porque a sua roupa é toda diferente, alegre e colorida?
- Não, menina! É porque faço o que quero e da
forma que vejo e sinto. Vou por onde ninguém tem coragem de ir. Dizem que não
penso. Que não passo de um aventureiro. Acreditam nisso? Dizem que vivo no
mundo dos sonhos, que isto tudo que vocês estão vendo, não é a realidade da
vida.
- Mas você é feliz assim, Senhor?
- Meu nome é Rei Lépuz, menina! Sim, sou
muito feliz! Eu canto, danço, toco desenho e uso os pincéis; adoro fabricar
objetos para as crianças brincarem. Mas não faço por obrigação ou vontade de
alguém. Crio, porque gosto e quero. Não sigo regras. Vou somente pelo meu
caminho.
- Qual é o seu caminho?
-
Não sei menina! Apenas vou. Onde irei chegar, não sei.
Neste instante, o Rei Lépuz começou a
cantar e uma música, não se sabe de onde, disparou seu som pela sala. Ele
dançava, pulava e sorria. Correu em direção a Nina e puxou-a para dançar, como
se estivessem no meio de um salão de festas.
- Pare, senhor
Lépuz! - gritou Nina, com a expressão séria. - Não estamos aqui para dançar. Precisamos
de sua ajuda...
A continuação dessa história e o encontro com outros reis a fim de
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Título: O reino da Espada
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