1
O parque
Faz dois
anos que as obras no parque do museu estão paradas. Com isso, a Cidade de Juiz
de Fora sente muita falta de sua área de lazer. O Museu Mariano Procópio é
visto por todos como um oásis no meio de ruas, casas e prédios. E, é num desses
edifícios que mora Théo Luca, um adolescente de 13 anos.
Luc! É
assim que todos o chamam em casa e entre os amigos da escola. É o filho mais
velho de Jamil e Sandra.
Seu pai é
um mecânico que vive o tempo todo equipando carros para ficarem tunados. Devido
a isso, vive sempre tentando despertar em Luca o gosto por este tipo de carro,
mas o garoto detesta toda essa conversa.
O que ele gosta muito é de estar plugado na internet ou mexendo nos
programas de design gráfico. Quando
crescer, quer ser um publicitário. Quer
ter a profissão de sua mãe, uma profissional muito respeitada na cidade.
Numa dessas
conversas que seu pai insiste sobre carros, logo acabou em discussão. Isto
levou Luca a ficar solitário e pensativo em seu quarto.
Após algum tempo deitado e sem ter o que
fazer, resolveu ficar brincando com seus óculos, um fiel companheiro desde os
seus sete anos, a fim de arejar a cabeça.
Théo Luca é
um adolescente franzino, com estatura baixa se comparado com os garotos de sua
idade. Ele sempre foi um garoto comportado e muito estudioso. Faz natação três
vezes por semana para melhorar seu porte físico, assim como sua coordenação
motora. Os cabelos longos e lisos ajudam a exibir um rosto fino que mistura traços de
sua mãe com características de sua avó paterna.
O menino, até então muito
chateado com a bronca que recebera do pai, resolveu apagar a luz do quarto e
sentar-se na cama, a fim de observar o parque do museu. Olhando distraidamente
na direção do lago que estava iluminado pela luz indireta vinda da rua próxima,
percebe que duas luzes, em um formato circular estão piscando, quebrando assim,
a escuridão do lugar. Ele então começa a observá-las. Nota rapidamente que elas
começam a circular, uma em torno da outra e em alta velocidade. Às vezes,
ficavam paradas sobre o lago. Tinham o reflexo na água que pareciam duas luas
cheias se exibindo para um espelho. Outras vezes, as luzes viravam seus focos
na direção da janela dele e começavam a piscar, emitindo um clarão com cores
variadas.
Luca pensou em chamar
alguém para ver o que estava acontecendo. Então, abriu a porta de seu quarto e
percebeu que o apartamento parecia estar vazio. No mesmo instante, sua irmã
Victória o chamou para ver um vídeo que ela estava baixando da internet. Ele
então falou:
- Vick, não posso agora
ir aí! Venha rápido ver uma coisa interessante que está acontecendo no parque
do museu.
A menina saiu apressada
para ver a novidade. Então, assim que entrou no quarto e olhou pela janela, o
irmão falou:
- Olhe aquelas luzes!
- O que é aquilo, Luc? Estou
ficando com medo!
- Não precisa temer! Somente
quero que você veja, para que quando eu contar ao papai e a mamãe, eles não
falarão que eu estava imaginando coisas. Você somente precisa confirmar que
também viu aquelas luzes. Ok?
- Não quero mais vê-las,
Luc! Continuo com muito medo! - disse a menina com uma voz meiga, porém
assustada.
Victória saiu do quarto e
o menino continuou sentado em sua cama somente observando o movimento das
luzes, até que elas enfraqueceram seu brilho, desaparecendo por entre as grandes
árvores.
A irmã de Luca, que
acabara de completar dez anos no último mês de abril, é muito esperta para a
idade. Ela gostava de estar sempre perto do irmão e queria contar sempre todos
os seus segredos. Gostava de abrir seu coração, pois sempre teve confiança e
segurança no menino. Ele, também, gosta que ela sempre esteja ao seu lado lhe
fazendo companhia, já que seus pais estão a maior parte do tempo ausentes do
lar.
Vick é muito calma e
também, estudiosa. Tem o corpo, ao contrário de Luca, bem desenvolvido para a
idade. Possui cabelos repicados que vão até à cintura. Um nariz arrebitado em
um rosto moreno, composto por olhos de índios iguais aos da Amazônia. Ela se
parece muito com a família de Sandra.
Ao amanhecer, o garoto
acordou indo direto para o computador pesquisar sobre objetos voadores não
identificados. Em um dos sites de
busca, encontrou o endereço eletrônico de uma mulher do sul do Brasil que dizia
ter visto objetos iguais aos que ele havia notado. Então, pegou o endereço e
enviou-lhe um e-mail, comunicando o
que observara no parque.
Naquela noite, assim que
chegou da aula, Luca foi direto para o computador ler seus recados. Quando
abriu sua caixa de mensagens, viu que a mulher havia respondido. Ele, com as
mãos trêmulas, mal conseguia clicar com o mouse para abrir o recado. Depois de
tanta ansiedade, abriu com calma e leu bem devagar o que ela escrevera:
“Caro,
Théo Luca,
Recebi seu e-mail e fiquei pensando o porquê deles aparecerem
para você. Deve estar se perguntando: Eles quem? O que você viu foram seres
muito especiais que estão aqui em nosso sistema, tentando manter o equilíbrio
de tudo. Esses que você observou de sua janela, são chamados de organizadores e
protetores das matas. Por isso é que eles apareceram no parque de sua cidade.
Provavelmente, aí tem muitas plantas. Eles moram dentro da terra e são bem
pequenos.
Fique tranquilo, tá? Eles são de paz!
Qualquer novidade me avise.
Att,
“Carmem Aura Clara”
Após ler aquele recado,
ele continuou procurando tudo que falava sobre seres de outro planeta. Sua irmã
ficava sentada ao seu lado tentando ajudá-lo nas pesquisas por melhores sites.
A noite logo caiu e ele
preferiu não comentar sobre o ocorrido da noite anterior com seus pais.
Trancou-se no quarto, a fim de observar o parque. Queria ver se encontraria
aquelas luzes novamente. Mas o que viu foi uma turma de vaga-lumes quebrando a
monotonia da escuridão.
Passara-se um mês e Luca
nem mais se lembrava do episódio ocorrido no museu. Estava em seu quarto
concentrado em seu livro de História Geral, pois no outro dia faria prova dessa
matéria. Leu várias vezes tudo sobre a Grécia antiga: seus filósofos, cidades,
templos, guerras e mitos. De repente, sentiu que seus olhos estavam ficando
pesados de sono, com isso, deixou que o livro caísse sobre o seu rosto, tapando
assim, a claridade do abajur.
Durante a madrugada, ele
acordou com um roçar de leve em seu olho direito. Era a lateral do livro que naquele
momento estava perturbando o seu sono. Levantou-se colocando o livro na
escrivaninha e apagou a luz. Deitou-se colocando a cabeça sobre uma grande
almofada e nesse instante, sua mente começou a lembrá-lo da prova de história.
Lutou com seus pensamentos até que o sono retornou. Mas, outra coisa começou a
atrapalhar seu descanso. Então, abriu os olhos e percebeu que uma luz vinda de
fora piscava, constantemente na sua janela. Abriu a cortina e um clarão tomou
conta do ambiente, ofuscando a visão do menino. Então, imediatamente colocou as
mãos no rosto tapando os olhos. Após alguns segundos, resolveu olhar e percebeu
que não estava mais dentro de seu quarto. Ele havia sido transportado para um
ambiente que nunca vira antes.
2
Os jardineiros da Terra
O ar que
circulava pelo ambiente estava meio frio. Luca sentiu essa diferença climática
em sua pele logo assim que a luz lhe ofuscara a visão ainda dentro do quarto.
Por isso, resolveu tirar as mãos da frente do rosto, a fim de ver o que estava
ao seu redor. Notou que se encontrava em uma pequena área sem portas ou
janelas. As paredes produziam uma luz ambiente que saíam por trás de símbolos
que mais pareciam sinais de interrogação.
O garoto
estava muito assustado, por isso, resolveu apalpar aquelas paredes para ver se
encontrava alguma saída. Queria descobrir se tinha alguma pista de onde se encontrava.
De repente, ouviu um barulho irritante. Parecia que havia algum objeto de metal
batendo contra outro metal. Muito desconfiado, olhou para trás e percebeu uma
esfera negra flutuando. Ela parecia algum tipo de lente de câmera digital,
quando está com o Zoom ativo, pois a lente estava totalmente aberta. A esfera
se movia lentamente para cima e para baixo, parecia estar observando Luca.
Rapidamente, ela se aproximou do rosto do menino, fazendo com que ele ficasse
paralisado de medo. Sentiu então nesse momento, todos os pelos do corpo
arrepiados e uma pequena vontade de ir ao banheiro. Mas se conteve e com um
fraco sussurro emitiu as seguintes palavras:
- Tirem-me
daqui! Por favor, respondam-me, onde estou?
A esfera
continuava imóvel bem próxima do corpo do garoto. Aos poucos, ele foi ficando
mais relaxado com aquela situação. Afinal, percebera que ela não iria fazer
nenhum mal.
Cansado com
o resultado do susto, resolveu sentar-se no chão de cócoras colocando a cabeça
entre os joelhos. Após algum tempo, levantou os olhos e viu que a esfera não
estava mais à sua frente. Notou que no ambiente havia surgido uma abertura na parede. Resolveu
observá-la, logo constatou que ela escondia um corredor mal iluminado e com uma
pequena luz vermelha ao fundo. Resolveu então, caminhar através dele e, assim
que deu os primeiros passos, ouviu uma voz grave e meio eletrônica que parecia
soar de todos os lados, dizendo:
- Venha até aqui! Não tenha medo!
Ele parou e perguntou:
- Onde está? Para aonde
quer que eu vá?
Nada ouviu como resposta.
Por isso, resolveu seguir pelo corredor, mas com muito cuidado. A luz vermelha
parecia viva. A cada passo que dava ela ora aumentava de tamanho ora diminuía.
Quando chegou ao final, viu uma estranha sala mal iluminada. Assim que ele entrou
nela, teve a sensação de estar dentro de um compartimento eletrônico. Ali, era
igual ao que ele via quando abria o gabinete de seu computador. Era uma sala
cheia de circuitos e um emaranhado de fios coloridos. O que diferenciava era
que por todos os lados nas paredes, ondas de luz aumentavam ou diminuíam de
tamanho. Toda essa dança de luzes ocorria de acordo com qualquer movimento que
ele fazia. De repente, uma voz gutural quebrou toda a distração e encantamento
do menino.
- Bem-vindo Luca!
Ele olhou assustado por
todos os lados e percebeu que a voz vinha de trás de um tipo de poltrona
metálica. Mas, não conseguia ver quem estava sentado nela. Então, comentou:
- Como sabe o meu nome? E
quem é você?
- Ainda não irei
mostrar-me. Isso só irá acontecer quando eu perceber que você está confiando e
acreditando em tudo o que eu te disser. Por isso, neste momento, a única coisa
que vou contar a você é o meu nome e o porquê esta aqui conosco.
- Tudo bem! Acho que se
tivesse de me fazer algum mal, já o teria feito. - disse o garoto meio
desconfiado, mas querendo mostrar-se forte.
- Você é um ser muito
corajoso, Luca! Este foi um dos motivos pelo qual o escolhemos. Estamos observando
suas atitudes e faz um bom tempo que percebemos o quanto é especial. Mas, chega
de comentários. Vou direto ao assunto.
O garoto nada dizia ao
vivenciar aquilo, pois a sua mente ainda estava procurando entender o que
estava acontecendo. Contudo, por mais que tentasse as respostas não estavam
sendo conseguidas. Por este motivo, resolveu pensar sobre isso mais tarde, uma
vez que naquele momento ele precisava ter a máxima atenção e cuidado......
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