“É a primeira ideia que vem à cabeça e só me guio por ela”, conta. Segundo Cristiane, inicialmente, pode ser meio confuso separar essa primeira ideia de um turbilhão de informações e influências externas, mas o exercício contínuo vai aguçando o ouvido.
“Com o tempo, logo já se presta atenção nessa voz interior e sabe que é ela quem comanda”, diz.
“Do
ponto de vista científico, a intuição é um conteúdo inconsciente que
interfere em nosso cotidiano suscitando emoções que não estão gravadas
na memória”, explica Carla Tieppo, professora de Fisiologia da Faculdade
de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e pesquisadora da área
de neurociência. Isso porque o funcionamento cerebral considera boa
parte do processamento distanciado da vigilância consciente.
“Para
a fisiologia do sistema nervoso, as emoções marcam determinados eventos
que, em uma próxima situação, podem ser recordados”, acrescenta Carla.
“
Do ponto de vista científico, a intuição é um conteúdo
inconsciente que interfere em nosso cotidiano suscitando emoções que não
estão gravadas na memória”
Por isso, qualquer pessoa tem marcadores emocionais
bons ou ruins. E cabe a cada um, acreditar (ou não) nos sinais que está
recebendo.
“O processo intuitivo é um exercício, pois é
preciso acreditar nos sinais, escutar o próprio corpo e identificar
estes estímulos emocionais”, alerta a especialista. Para Carla,
conseguir interpretar essa intuição é sempre muito positivo.
Já
a terapeuta comportamental Denise Pará Diniz, psicóloga do Setor de
Estresse e Qualidade de Vida da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp) define a intuição como uma espécie de equilíbrio entre razão e
emoção.
“Ouvir a voz do coração tem uma simbologia com a
questão afetiva, é deixar acontecer o que se deseja. Enquanto o lado
mais racional capta as experiências adquiridas ao longo da vida”,
completa.
De acordo com Denise, é preciso ouvir sim a
voz do coração, mas também avaliar o que pensa sobre isso e do que
necessita no momento, antes de tomar qualquer decisão. Só então
direcionar as ações para o que considerar mais acertado.
“Sentir e pensar são essenciais e, dependendo da questão, a ação pode ser mais direcionada pela emoção ou pela razão”, informa.
Algo me diz que...
“A
intuição é uma sensação forte e tranquila de que devemos seguir em
determinada direção”, explica a psicoterapeuta Patrícia Gebrim, autora
do livro ‘Gente que Mora Dentro da Gente’ (Editora Pensamento-Cultrix).
Para a escritora, não existe segredo, intuição é uma voz interna que nos
faz sentir que esse ou aquele é o caminho certo.
“Se a
mente não atrapalhasse com seus intermináveis questionamentos, sempre
seríamos guiados por nossa intuição”, garante. Afinal, a autora acredita
que ela faz parte da nossa natureza, portanto é sempre acertado
segui-la, pois ela viria de um Plano Superior, de uma parte nossa que
sabe de coisas que a mente não sabe.
“Uma intuição em
ação sempre indica o caminho que é melhor não apenas para a pessoa, mas
para todos que estão envolvidos na situação”, destaca.
Patrícia
confirma que a intuição está sempre presente, porém devido nossas
crenças, pensamentos repetitivos e medos, muitas vezes, não conseguimos
ouvi-la.
“Por isso, é importante aflorar a intuição
aprendendo a controlar a mente. É essencial encontrar um espaço entre os
pensamentos, pois é ali que a intuição está esperando por nós!”,
ensina.
Além disso, vale apostar em algumas dicas para não
confundir intuição com perturbação. De acordo com Patrícia, a intuição
contém características bem definidas:
Não a buscamos!
Ela chega de forma súbita e nos traz paz;Ela não é lógica;Ela transmite a
mensagem em uma única vez; pensamentos repetitivos e turbulentos são
desejos movidos pela ansiedade;Em geral, a pessoa sente-se confiante
diante da mensagem recebida;Exercitar isso é a melhor forma para
aprender a lidar com ela.
Todo mundo tem, mas dá para desenvolvê-la!
O
psicanalista Carl Gustav Jung dizia que cada um de nós tem a sabedoria e
o conhecimento que necessita em seu próprio interior. Portanto,
intuição não é privilégio de poucos. Todos têm e podem usufruir desses
sinais. No entanto, atividades como psicoterapia, meditação, ioga e
contemplação da natureza podem ajudar a acalmar a ansiedade e alimentar
uma leitura emocional mais positiva.
“São atividades que
limpam o conteúdo emocional deixando-o mais aguçado para afastar o
medo”, diz Carla Tieppo. Afinal, o estresse e a ansiedade mantêm o
sistema emocional sequestrado, gerando um sentimento de perigo e
insucesso que não deixam as emoções trabalharem.
“Até
mesmo uma boa noite de sono pode ajudar a manter as emoções em
equilíbrio. Descansar e relaxar em nível profundo ajuda neste controle”,
acrescenta Denise Pará Diniz.
3 passos para ajudar nessa tarefa!
A consultora e escritora Rosana Braga ensina três passos para manter a voz do coração ativa e deixar a intuição guiar os passos seguintes de maneira mais segura.Observe
Mantenha-se atento aos sinais que a vida manda. Uma situação nunca ‘dá errado’ da noite para o dia. Pequenos acontecimentos vão revelando que algo está fora de sintonia. Em geral, as pessoas se recusam a enxergar ou estão inconscientes demais para perceber. Observação é uma estratégia extremamente eficiente para ouvir mais o coração.
Questione
Lembre-se de que sempre é possível fazer diferente. Basta se questionar: ‘de que outra forma posso interpretar essa situação e que outra atitude posso ter diante dela?’ E, mesmo com a intuição ali presente, procure se respeitar. Avalie o resultado dessa escolha e entenda o que deve ser feito com isso.
Silencie
Aprender alguma técnica de respiração e meditação pode ajudar. Respire profundamente. Parar alguns minutos do dia, várias vezes ao dia, para observar a respiração ajuda a reorganizar pensamentos e emoções.
Fonte: www.ig.com.br
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